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CHÃO DE EXTREMOS CHÃO DE EXTREMOS
I
Você tem o rosto da floresta.
E quando nele uma lágrima rola,
tomba uma castanheira na mata.
Deixando nua a selva.
Tamanha nudez causa-me revolta,
e o meu espírito angustiado,
chora por suas árvores mortas.
Dói quando aflora em mim a vontade,
de sentir nas suas veias,
o pulsar dos lagos e igarapés.
No adocicado dos seus seios,
o cheiro da relva nos campos.
Ver o seu corpo serpentear,
tal qual o leito dos rios amazônicos.
II
Você tem o olhar dos indígenas.
E quando neles outra lágrima aponta,
arde o jacarandá na clareira.
Deixando seu manto verde em cinzas.
E ali não se ouve mais,
o seu colo em festa...
Somente o som das motosserras.
Em ti, Iara que me encanta,
repousa minha esperança,
de ter na próxima lua cheia,
o grito forte dos ribeirinhos!
Forjando a liberdade dos seus versos.
Para que eles, tal como os pássaros,
ganhem dos céus a imensidão.
III
Você tem do Norte a cor,
e da Amazônia o sabor.
Ingá, cupuaçu, açaí e tantas outras,
delicias que exalam de você,
perfumes que induzem ao prazer.
Nos meus delírios urbanos...
Construo através da poesia,
o tempo no qual meus passos,
encontra-se com os seus,
Nos remansos, nas cachoeiras e nos lençóis.
Que cobre de energia esse chão.
Onde você pisa, todos os seus dias.
Nesse momento, para você passar...
Eu! Nele estendo o meu coração.
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