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DEPRESSÃO PÓS-PARTO

DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Dra. Gisele Negro Lima
Conselho Brasileiro de Psicanálise
CBP (INNG)
2019

Caracterizamos a Depressão Pós-Parto é a que ocorre no período do puerpério, definido cronologicamente entre o parto e os quatro meses seguintes.

Um tipo comum de Depressão pós-parto é chamado de "blues" (ou tristeza), que tem duração de até 72 horas após o parto. E um período de transição e readaptação fisiológica, ou seja, o organismo da mulher, bem como o funcionamento de seu cérebro (psique), se modifica durante a gravidez (principalmente alterações hormonais); após o parto estas modificações desaparecem quase imediatamente, sendo que o cérebro (psique) leva até três dias para acostumar-se com esta situação. Este quadro não necessita tratamento específico.

O quadro da Depressão puerperal grave é aquele que apresenta todas as características endógenas (interiores profundas) (genicas), devendo ser instituído o tratamento o quanto antes, tratamentos estes: psicanalíticos e médicos. Na maioria dos casos, a paciente e a família, "achando normal" o estado de tristeza, e confundindo-o com uma adaptação psicológica à chegada do filho, pode atrasar o tratamento psicanalítico e médico, com piora progressiva do quadro com o passar do tempo.}

Algumas mulheres voltam a apresentar outras Fases Depressivas após anos, sem qualquer relação com o parto. É preciso enfatizar que essa depressão não oferece riscos à criança, a não ser pela suspensão da amamentação materna quando a mãe passa a receber a medicação apropriada e tratamento psicanalítico.

Assim como, quando a mulher apresenta este quadro a decisão de iniciar o tratamento psicanalítico e médico, sendo que a mulher deverá suspender imediatamente a amamentação, pois o leite contém a substancias hormonais produzidas por catarse em implicação da psicanálise atuante e a medicação prescrita pelo médico.

Entretanto este quadro deve ser tratado o quanto antes, uma vez que durante o quadro depressivo a mulher não consegue manter seus cuidados básicos (alimentação, higiene, etc.) ou cuidar de seu filho.

As mamães nas propagandas estão sempre maquiadas, sorrindo e felizes com seus maridos e filhos.

Os bebês nos comerciais não choram, não fazem birra, não adoecem, nem acordam a noite.

As redes sociais têm mania de agir como as companhas de marketing. Doces e melosas que até doem a garganta.

AFIRMAÇÃO PSICANALÍTICA FREUDIANA

A vida real nem sempre é assim pelo simples fato de humanidade não ser sinônimo de perfeição. Temos sentimentos, necessidades, emoções e direito de errar e tentar de novo. Assumir isso não diminui o amor de ninguém pelos seus filhos.

Ao contrário do que a maioria pensa, nem todas as mulheres com depressão pós parto (DPP) tem dificuldades de amar seus filhos de cara ou os rejeitam.

A DPP afeta uma entre dez mães e se não tratada pode causar angústia nas mães e crianças. Pouco se abordam corretamente o assunto, mas é de extrema importância que mães e pessoas ao seu redor estejam amplamente informados do assunto para melhor ajudar.

Três quartos das mulheres que sofrem de DPP não procuram qualquer tipo de ajuda médica ou psicanalítica e em parte isso se deve à pressão de que mães sempre demonstrem estar tudo bem e também por não conhecerem muito bem a DPP.

SE VOCÊ ESTÁ PRESTES DO PARTO OU CONHECE ALGUÉM NO PÓS PARTO, ATENTE-SE A 9 (NOVE) ASPECTOS PARA FICAR ALERTA PARA A DPP:

1. Se perceber que a mãe se sente desanimada, triste, incapaz de reagir e sentindo-se rejeitada pela família e bebê, pode ser sinal de depressão e terapia especializada pode ajudar muito.

2. Cansaço demais, fraqueza, falta de energia e incapacidade de se concentrar. Sabe quando uma simples tarefa parece mega exaustiva? Então…

3. Sinais de ansiedade: quando a nova Mamãe se sente aflita com a saúde do bebê de maneira injustiça ficada, quando sente dores fortes (principalmente costas, peito, pescoço e cabeça) e fica ansiosa a ponto de não sair, se isolar e até deixar de atender o telefone.

4. Medo: é comum a nova Mamãe ter medo de ficar sozinha, mas isso passa com a cura da DPP. É importante alguém íntimo dessa mamãe estar com ela durante esse período.

5. Pânico em relação a situações simples cotidianas, como dar banho no bebê, hora do Soninho ou trocar uma fralda.

6. Incapacidade de relaxar. A nova mamãe fica tensa demais, às vezes a ponto de explodir.

7. Obsessão e pensamentos impróprios: a nova mamãe tem medo de machucar o bebê, medo esse geralmente totalmente injustificado.

8. Dificuldade de dormir mesmo quando o bebê está dormindo.

9. Perda de interesse em sexo. Em geral, o retorno do desejo sexual é o último sinal de que a depressão cessou. É importante muita sintonia e compreensão para que o relacionamento não se abale nessa fase.

As pessoas que cercam uma mamãe com DPP precisam ter certeza de que ela receba ajuda e apoio que necessita, seja das pessoas que a rodeiam como de profissionais (Psicanalistas e Médicos).

É importante o conhecimento de que essa é uma doença temporária e que na maioria das vezes não se aconselha separar mãe de bebê, pois pode aprofundar a depressão.

A nova mamãe precisa de apoio, cuidados e não de alguém assumindo o controle. Ela muitas vezes precisa de um tempo para conhecer seu filho e isso a fará bem.

Cansaço e alimentação errada fazem os sintomas piorar. A mamãe com DPP precisa ser ouvida, sem julgamentos, o que mais precisa é de atitude positiva e de apoio. Julgar nessa hora só ajudará a afundá-la.

Procurar a companhia de outras mães de bebês e crianças pequenas pode ajudar a não se sentirem isoladas. Mas não se esqueça de procurar ajuda profissional também.

HOMENS TAMBÉM SOFREM de DEPRESSÃO PÓS-PARTO

Depressão pós-parto de pai afeta filho, diz pesquisa:

Uma pesquisa das universidades de Bristol e Oxford mostrou que a depressão pós-parto em pais pode ter efeitos negativos de longo prazo no comportamento e no desenvolvimento emocional de seus filhos.

Os pesquisadores constataram que oito semanas depois do parto, 3,6% dos 8.430 pais estudados aparentavam sofrer de depressão, com sintomas como ansiedade, mudanças de humor, irritabilidade e sensação de falta de esperança.

O estudo, publicado no jornal especializado Lancet, mostrou que bebês cujos pais ficaram deprimidos tinham duas vezes mais problemas emocionais e de comportamento na pré-escola.

"Nós já sabíamos que depressão pós-natal em mães pode afetar a qualidade dos cuidados que os bebês recebem e está associada a distúrbios no desenvolvimento social, psicológico e físico", disse o psiquiatra Paul Ramchandani, da universidade de Oxford.

DESORDENS

"Um número significativo de homens queixa-se de depressão em seguida ao nascimento de seus filhos, mas até agora a influência da depressão paterna nos primeiros anos da vida de uma criança tinha recebido pouca atenção", afirmou.

Ramchandani disse que há pesquisas mostrando que adolescentes filhos de pais deprimidos apresentam taxas mais altas de desordens de psique.

Os pesquisadores estudaram crianças de 3,5 anos, procurando por problemas como preocupação, tristeza e hiperatividade.

Eles encontraram mais problemas em meninos cujos pais tiveram depressão. As meninas foram menos afetadas.

"Pode ser que meninos sejam especialmente sensíveis por causa do envolvimento diferente entre pais e filhos", disse.

Ele disse que é importante que trabalhadores da área de saúde fiquem atentos para sinais de depressão em pais e ofereçam tratamento psicanalítico quando necessário.

 
   
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