Rio, 09/08/85.

Ante Pilatos O apresentaram,
Depois a soldados O entregaram,
Puseram-Lhe, de espinhos, uma coroa.
Ele não lamentava, só sofria!
Batiam-Lhe com uma cana
E os espinhos em sua fronte penetravam,
Sobre Sua Face, o sangue corria
E Ele não lamentava, só sofria.
Fizeram-No tomar uma pesada cruz
E pelo caminho O açoitavam,
Ele sendo a Luz,
Mas ignoravam.
Puseram-No sobre o madeiro
E transpassaram Seus pés e mãos,
Não se ouviu da Sua boca um ai,
Nem sombra de lamentação.
Levantaram aquela horrenda cruz
E brilhava sobre ela a Luz,
E ouviu-se, então, o brado:
Pai esta consumado!
E um soldado o seu lado furou,
E saiu sangue e água jorrou,
E quando o solo tocou
A natureza toda se manifestou.
O sol não brilhou,
A terra toda tremeu,
As pedras se fenderam;
Porque, ali, o Autor da Vida,
Pela vida dos outros a Sua deu.


SEDNAN MOURA