Era uma noite de lua cheia e nuvens carregadas que davam um tom misterioso à noite, tinha me recolhido mais cedo, não conseguia dormir, virava de um lado e nada e do outro também e nada de dormir. Resolvi então ler um livro, para ver se o sono vinha naturalmente, mas antes que acendesse o abajur olho para a janela do quarto e vejo um vulto com uns olhos que pareciam que brilhavam, eram mágicos, sedutores, sem que esta pessoa me dissesse algo, seus olhos já me dominavam e eu não conseguia comandar as minhas pernas, parecia que elas tinham vontade própria. Aproximei-me daquele vulto que agora era real, e me envolvia em seus braços, estava hipnotizada, estava deixando me dominar por aquela figura que surgira do nada, ele me segurava firme, agora sua mãe passava por todo meu corpo me deixando em estado de graça, não conseguia impor a minha vontade, ou a minha vontade era esta, deixar que ele me conduzisse. Quem era ele, aqueles olhos, não conseguia dizer uma palavra, ou então perguntar-lhe quem era e como entrara ali sem que eu visse ou percebesse, só sei que me entreguei àquele homem sedutor e enigmático, era extasiante o toque de sua mão em meus seios, seu beijo em meu pescoço, finalmente me entreguei e foi maravilhoso.
No dia seguinte acordei logo cedo e tomei um banho, parecia que tinha acordado bem disposta, não me lembrava do sonho mas qualquer que fosse me fez um bem danado.
Desci as escadas, minha mãe já tinha preparado o café da manhã.
__ Bom dia, minha filha, acordou disposta hoje.
__ Para falar a verdade acordei mesmo.
__ Filha, o que são estes dois furos em seu pescoço?
...


Alexandre Brussolo (28/11/2009)