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Conflito Interior (T522) Ele não sabia aonde tinha errado, já tinha avaliado tudo e a cada passo dado não chegava a solução nenhuma.
Já tinha perdido tudo e a humilhação era uma constante em sua vida, a sua cabeça suportava as pressões e principalmente as cobranças, não a financeiras, pois ele tinha certeza que um dia mais cedo ou mais tarde ele conseguiria quitar, mas as pessoais eram grandes e no dia a dia ele tinha que suportar não sabia até quando, estava perto de estourar e jogar a última coisa que acreditava fora de sua vida.
Não havia dia em que não travava uma luta interna e silenciosa para não perder as duas coisas que mais valiam em sua vida, o filho e a esposa.
A sua esposa era uma pessoa geniosa, mas fraca para aceitar a situação em que se encontravam, e as crises de choro e desespero eram frequentes na vida dessa mulher, que dizia ser forte mas mostrava traços de uma profunda tristeza, já apresentava sintomas de uma depressão que amargava seu coração.
A maior pressão que sofria era o dela, até com ameaças de que ia embora, mas ela não via que ele estava cansado e principalmente perdendo o rumo.
Ela reclamava que não saíam, que não viajavam, mas as coisas e os lugares tinham que ser do jeito dela, desde que fossem para onde ela queria ir estava tudo bem, e somado a isto também tinha o fator financeiro, ele estava desempregado e além de tudo devendo no banco, em suas palavras estava falido, e ela não entendia que para muitos passeios, principalmente os que ela queria precisaria estar bem financeiramente.
Há muito tempo vinha notando que algo já estava errado em seu casmento, o comportamento dela era muito estranho, e às vezes muito agressivo.
Não tinham mais aquela relação de um casal apaixonado, principalmente da parte dela, que se recusava a aceitar a situação que se encontravam.
A relação sexual já estava esfriando, ela já não o procurava , não se produzia para ele, a cama de casal se tornara um lugar sombrio e solitário, e isso o sufocava de tal maneira que se sentia incomodado e acabava buscando a solidão do sofá da sala, não sabia até quando isso iria, por Deus, o que tinha feito, estava perdendo tudo, e principalmente a sua família.
Ela não entendia que os dois eram a força, que o negativismo só os levaria a um abismo profundo, sem volta, mas o amor dentro dele era muito grande para deixá-lo desistir, mas sabia que era uma questão de tempo, cedo ou tarde ela faria o que sempre dizia, a ele só cabia esperar e confiar em Deus, então mais uma vez fechou os olhos, e no silêncio da sala uma lágrima compartilhou sua dor com seu travesseiro.
Alexandre Brussolo (20/11/2009)
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