Rio, 02/11/2007.

Achei um dia na terra
Onde os vivos se dão bem.
Só vejo os vivos explorando,
Vendendo e enganando também.
Dia dos que se foram,
Dos que deixaram saudades
E outros, há muito, deviam ter ido.
E todos são homenageados,
Mas morto não sabe nada,
Não tem parte nesta vida.
Então quem se dá bem são os vivos
Que vão ver sepulcros horríveis,
“Formosos” por fora e podres por dentro;
E enfeitam com flores,
E enchem de ponta a ponta com cores
E assim, ainda, tudo é muito feio.
E choram os vivos e mortos.
E os mortos são mortos da silva.
Tramita uma horrível lei
Pra fazer um grupo intocável.
Existem dois grupos reais,
Eles são os terceiros
(Ouvi, não inventei!),
O agir deles é intragável.
Não podem receber críticas,
Querem justiça de redoma,
Até a Deus nós podemos interpelar,
Mas os donos – donas,
Não se pode nem mesmo falar.
Hoje é o dia dos mortos!
Será que vão fazer lei de redoma
Para os que vendem drogas,
Para aqueles que assassinam
E para os que são pedófilos?
Acordai homens de togas!
Limpai-nos dessas drogas!
Hoje é o dia de lembrar...


SEDNAN MOURA