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NAÇÃO BRASILRio, 18-19/05/94.
Brasil!
Não quero te ver
De cara pintada,
Mas com o coração
Verde e amarelo.
Brasil!
Sacode de ti este jugo
Desigual e insano.
Desperta! Gigante adormecido,
Retira de ti o pano.
Desarraiga o amor de garganta,
Pois não é filho
O que muito a voz levanta,
Porque o belo falar confunde
E não demonstra o amor em verdade.
Brasil!
Já tens idade,
És um senhor gigante e belo,
Meu coração é verde-amarelo
O amor por ti está na alma.
Brasil!
Vendem-te por vintém,
Não te amam os que assim procedem,
Ladrões da pátria,
Gargantas profundas de engano,
Línguas de víbora – peçonha
São como o que ronha
Que fala baixinho
Palavras de desamor.
Brasil!
Até quando acolherás
Filhos de falácia
Que ocupam teu jardim
E falam palavras de lisonja?
Espreme-os e só impurezas verterão,
Estão inchados de mentiras
São como tiras
Que com o vento vão.
Brasil!
Tu és pátria amada
Tens o Anjo que te guarda
Com espada levantada.
Tens filhos que te querem bem,
Pobres (feitura de desalmados),
Homens simples e sem vintém.
Brasil!
Tens muitos partidos
E paridos de partidos,
São filhos alheios,
Cinzentos de ganância,
Transbordam de arrogância,
São filhos de prostituição.
Brasil!
Levanta teu braço forte
Desfaz este teu mal,
E acorda Gigante Amado!
Dá alto o teu sinal!
Teus filhos darão o brado
E, como um homem,
A ti acorrerão.
Brasil!
Manas leite e mel,
Terra farta de mananciais,
Tens filhos que não suportam mais
Porque só têm fel.
Brasil!
Acorda Gigante Dormente,
Dá neles de repente,
Mostra tua indignação,
Executa a tua justiça
Na cambada de insolente
Que permeiam a nação.
Brasil!
Sou teu de coração,
Até minha alma é verde – amarelo,
Quero te ver como suprema nação.
No teu jardim o belo,
Homens cheios de vergonha
E transbordantes de amor por ti,
Almejando o bem de teus filhos,
Guiando-os nos excelentes trilhos
Do temor a Deus e amor pátrio.
Brasil!
Ensina teus filhos na escolha,
Terem excelente visão,
E quando escreverem na folha
Seja para o bem da nação.
Brasil!
Sacode de ti a escória,
Quero ver a tua glória
E o pavilhão quadricores
A tremular bem alto
Dizendo que és sublime nação.
Aquece teu forno de justiça
Faze a tua purificação,
És ouro para mim
Brasil!
Celeiro das nações,
Pulmão verde da terra.
Até quando teus filhos sofrerão
Vergonhosa necessidade
E lobos vorazes te acometerão?
Levanta-te sublime nação!
Mostra o teu valor
E desfaz o mal que te permeia.
Volta-te para o Alto!
Tens riquezas como grãos de areia,
Teu esplendor deve fulgurar,
A liberdade deve te ornar.
Veste-te da Paz Verdadeira!
E com mão forte atira
Para fora do teu seio
Os bastardos que te roubam.
SEDNAN MOURA
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