Lá estava ela formosa em sua fantasia de odalisca, um sinuoso corpo das deusas do Olimpo, beleza materializada em uma figura graciosa, tinha sido convidada para aquela festa, a princípio não estava tão disposta, mas um impulso fez com que aceitasse ir com sua amiga que foi insistente, e por todos os acontecimentos estava precisando espairecer e se divertir, então decidiu aceitar.
Estava sentada com suas amigas quando um homem mascarado se aproximou, e delicadamente a convidou para dançar, ia recusar mas a voz era suave e sedutora, simplesmente não conseguiu dizer não, se encantou com tanto cavalheirismo, coisa rara nos dias atuais. A máscara não deixava ver o rosto dele por completo, mas seus olhos eram penetrantes, parecia desvendar todos seus segredos. Quando chegaram no salão de danças pegou-a pela cintura de uma maneira firme que pode sentir seus braços fortes, dançava muito bem e a conduzia de maneira divina, ela mesma se surpreendia de estar dançando daquela maneira, mas parecia que já dançava com ele há anos, não tinha explicação, mais um sussurro em seu ouvido, uma voz veludosa que a deixava louca de prazer, desejosa por sentí-lo, de repente o homem rouba-lhe um beijo, aquele beijo foi seu delírio, um beijo que queria que nunca terminasse, queria que a música fosse eterna, quanta ternura, quase não conseguia se conter, a música acaba, ele a acompanha até a mesa, e ao seu ouvido sussurra mais alguma coisa, aquela voz, sabia que nunca ia esquecer, ele sai e some entre as pessoas que ainda dançavam.


Alexandre Brussolo (21/10/2009)