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QUADRO PAUTADORio, 15/03/2003.
Os braços nos abraços,
Os traços do desenho,
Sem nenhuma vida a figura
E nos braços a vida
Dos olhos que choram
E a boca que lamenta.
E quem agüenta?
E a onda que arrebenta
Nas pedras quando se choca
E no monte a rude choça
E o fogo que incendeia
A verde floresta e a choça
Porque não conhece a ecologia,
Não olha o mico-leão-dourado
Nem ouve o pássaro que assobia.
E a ponta atirada corta o céu
E a mente que mente com a boca
Que incendeia com ponta a terra
Que não quer saber de união
Que junta a si as marionetes
E berra aos quatro cantos da terra:
Nós vamos fazer a guerra!
Tamanha é a estupidez
De poder é sua embriagues,
É como o fogo que queima a serra
É como espada sedenta de guerra
Como animal louco que berra:
Poder! Poder! Poder!
Dá-me mais dessa água,
Muito mais para eu beber!
Ó rico e grande poder!
Eu tenho nas mãos o poder
E as pontas para vencer!
E o mundo faço tremer!
E as almas quão preciosas
São desprezadas, neste ínterim,
E os homens dizem haver luz,
Mas fazem como a avestruz
Para não ver e matam assim.
Bocas abertas que mentem
E mentes que vertem sandice,
Seres delirantes e desalmados,
Com o bem “estão” preocupados!
Escórias excelentes e civilizadas,
Espelho da verdadeira tolice,
Vermes saídos do pensar podre,
Excremento humano em odre
Que deixa exalar seu perfume.
Queria pintar um quadro melhor
Que tivesse só flores azuis
Ou talvez margaridas amarelas,
Mas se fosse possível pintar
Pintaria cada coração e a alma
Com a cor da Verdadeira Paz.
E o quadro horrível da guerra
Estaria pendurado num museu
Como uma lembrança triste,
De uma história muito triste
E todo aquele que o contemplasse
Teria desejos imensuráveis
De buscar e se fortalecer na Paz...
SEDNAN MOURA
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