Hoje choro sobre esta folha,
pingos rolam pelas minhas faces,
se misturam à tinta da caneta,
manchando as linhas que ganham forma,
sinto uma tristeza muito grande,
quanto mais escrevo mais insistem em cair,
a angústia é muito grande,
aumenta como os borrões desta folha,
que parece ser a única confidente de minha dor,
ela é a única que amarga minhas decepções,
que talvez me escute no apertar da caneta,
à medida que estampo as letras
estampo também a minha solidão,
a desilusão de um amor que dói,
que faço sentir nas letras que traço,
a fim de alcançar um pouco de paz.


Alexandre Brussolo (09/07/2009)