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OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ EM POEMAS: O MAGO O MAGO
(Primeira versão: superfície)
Senhoras e senhores!
Nada nesta mão.
Nada na outra.
Ih! Sumiu...
Alguém achou a minha moeda?
Epa! Cadê o vinho do meu copo?
Quem bebeu o meu vinho?
Ih! Acho que derramei...
Ih! é água...
O vinho virou água?
Meleca!
Olhem para a varinha mágica!
Vapt-Vupt! Crec!
Quebrou?
As fadas me passaram a perna.
Que lixo de vara!
Agora vejam, uma adaga!
Ai! Ai! furei a mão.
Ai! sangue...
Vou desmaiar,
Quem amolou esta coisa?
Ah! fui eu... mesmo.
Chega por hoje.
Acabou o espetáculo!
Amanhã tem mais.
Acho que preciso de uma partner.
Amanhã tem mais e melhor.
Preciso de uma partner...
É muito trabalho para um mágico solitário,
Ah! quer dizer, mago.
O MAGO
(Segunda versão: profundidade)
Sobre a minha cabeça o meu chapéu,
Um guardião da luz,
Um Oito bem deitado (lemniscata camuflada),
Descansando o peso do infinito
Sobre os meus humanos ombros.
O infinito sobre mim
Convida-me a olhar para a pequenez
Das coisas aparentemente finitas
Postas a minha frente,
Todos os dias e todas as horas.
O infinito chama-me ao aprendizado
Do microcosmo aqui neste plano,
Do macrocosmo retrato fiel.
Água e fogo, terra e ar, elementos opostos
E cabalmente complementares.
O meu velho chapéu teima
Em me dizer que o aprendizado
Do que está acima, muito acima,
Está aqui embaixo, bem embaixo,
Na pequenez de cada célula.
A posse de um mágico bastão
Está a me dizer que o meu caminho a seguir
É transitar do “fácil” mundo da ilusão mágica
Ao mundo da magia verdadeira
Que se encontra na natureza do simples existir.
É o que preciso aprender
E muito mais...
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