Efuturo: Contas do amor

Contas do amor

Não tenho vergonha
Está grafitado nos muros da cidade
Que sou um devedor, nas contas do amor
Vendi tudo, vendi a mim, para te encontrar
Seminu, faminto, despido do teu calor
Ando como molambo, perambulando
Pelas ruas da vida, a tua procura
Sinto saudades, dolorosas saudades
Zanzando, confundido com um vagabundo
Perdido, sem fundo
Sou um devedor nas contas do amor
Pedi carona, viajei noites sem luar
Passei frio, fome e dor
Triste, torturado por tua ausência
Cheguei à porta de tua morada
Antes mesmo de abrir, senti tua essência
Meu combalido coração disparou
Ao ver-me perguntaste: Porque estás assim?
E eu te respondi: Sou devedor, nas contas do amor
Implorei por teu carinho
E olhando para mim como a tal
Me recusaste por minha pobreza sentimental
Aleguei falência em meu coração, pela falta do teu amor
E você simplesmente disse: Não amo devedor

ROBERT THOMAZ