Sonhos do passado
Sonhos do passado
Bate à minha porta. Uma rápida alegria se apossa de mim. Mas que ilusão... Já deveria ter me acostumado e perdido a esperança de que seja você.
Mas, reluto em abri-la e mil coisas me passam pela cabeça entre o sim e o não de ti ver.
E se for você? Não... tentaria não deixar minhas pernas fracas me trair. Veria você ali, linda, mesmo através de todos estes ano de espera.
Estender-lhe-ia as minhas mãos tremulas e aqueceria as suas num gesto de muito amor. Olharia dentro de seus olhos e perdoaria tantos anos de solidão. Com certeza eles me retribuiriam, dizendo que tanto tempo perdido não valeram o nosso amor.
Um sorriso entre lágrimas brindariam o instante de silêncio, mas a emoção mais forte o quebraria com um soluço sufocado e então a abraçaria com toda a força do meu amor.
Meus lábios tentariam lhe dizer tudo o que planejei quando a encontrasse, mas a emoção é tamanha, que mal conseguiria murmurar seu nome e apenas um beijo louco, apaixonado selaria este amor marcado pelo tempo.
Não... isto não pode continuar... Vou abrir esta porta. Tirarei a fechadura, tirarei a porta, mas matarei este sonho se o amor enciste em ficar.
Abri a porta. Não era você. Não era a felicidade.
Era o tempo passando, a velhice chegando, a minha companheira a saudade.
Autor desconhecido