Carta a um Amigo (T155)
Caro amigo Boomer, sempre teve um coração de ouro. Lembro vagamente de seus primeiros dias, sim, eu era jovem, ainda um adolescente, mas, mesmo que vagamente, ainda lembro de sua vinda ao seio de minha família.
Pequeno, fraco, mas que lutou pela sobrevivência, lutou para ficar conosco e nos dar muitas alegrias.
Quando estávamos à mesa, de uma maneira especial você nos chamava atenção, como a dizer: "ei, não se esqueçam de mim, eu estou aqui." Você ficava pulando e víamos a sua sombra, o seu vulto, parecia que tinha molas no pé.
Essas lembranças nos enchem de saudades, mas infelizmente a velhice vem a todos, implacavelmente, vem minando as poucas forças que nos restam, seja homem ou animal. Com você não foi diferente, só que esperava uma velhice mais tranquila para você, proporcional à sua bondade durante a infância, a adolescência e a maturidade.
Sei que não foi, ela foi sofrida, ela castigou e machucou, mas você suportou sem lágrimas, sem lamentações, você a venceu com a paciência e a resignação, você foi um herói, que não se rendeu à dor do sofrimento.
Meu grande amigo Boomer, quando receber esta carta já não estará entre nós, e se o céu tiver um lugar especial para os cães, sem dúvida você estará lá, e pode ter certeza que aqui você será sermpre lembrado com saudades.
Adeus meu amigo e descanse na paz de Deus.
Alexandre Brussolo (19/10/2000)
(ao nosso cachorro Boomer)