História de Amor
Ah! Que belo dia! Gosto da primavera, é a estação anual mais bonita. Tenho o privilégio de morar aqui, esta alameda tem lindas árvores que florescem todos os anos. Hoje acordei disposto. Talvez seja porquê foi em um dia como este que a convidei para sairmos juntos pela primeira vez.
Parece que foi ontem.
Resolvi sair do apartamento e dar uma caminhada, relembrando de tudo. Lembro-me como caminhei com grande entusiasmo; estava nervoso. As árvores estavam todas floridas, pensei nunca ter visto flores tão belas, pareciam uma floricultura. O que dizer? Ah! Pensei em tantas cousas, para quando chegasse a hora. Mil e uma cousa. Mas, a retórica faltou-me; quando a vi. Não há palavras que fazem jus ao que vi. O ser mais infinitamente belo, majestoso e gracioso que jamais vira em meus vinte anos de idade. Quanta beleza em uma só pessoa; pensei. Com certeza meu coração floresceu de amor por ela; sabia que naquele momento encontrara a pessoa da minha vida. Quanto mais ficava perto dela, parecia que menos o tempo passava. Era um eterno momento.
- Ah! Desculpe-me; ficar aqui, tomando o seu tempo. Quanto é o buquê?
- Gentileza da “Casa das Flores”. Após uma história de amor assim; poderia eu cobrar-lhe alguma cousa?
- Mas; eu insisto.
- Seria um desprazer cobrar-lhe; aceite.
- Sendo assim; obrigado. Deixe-me ir entregar estas rosas vermelhas à minha amada.
Ele encaminha-se para a porta de saída quando a jovem lhe estendeu a bengala e perguntou-lhe:
- Quanto tempo faz?
- Hein?
- Que o senhor a encontrou?
- Ah! Cinquenta anos.