O Martírio do Colono
Trabalhas a terra, para suprir nosso sustento,
o corpo esquecido no sentir do desalento,
as mãos calejadas pela dureza do seu labor,
o espírito enfraquecido pelos sonhos em torpor,
O suor sendo vertido, parece não ter valor,
da aurora ao crepúsculo, não lamentas a sua dor,
seu plantar é alimento abastecendo a cidade,
és colono sobrevivendo, num trilhar de simplicidade,
servidão a céu aberto, num porvir em desesperança,
reconhecimento olvidado, na grandeza de sua importância,
A pobreza da família, faz brotar novas mudanças,
transferir para a cidade, a sorte que não alcanças,
sete filhos e mulher, sem dinheiro e algumas trouxas,
carregarás sua cruz, nesta aventura que agora incursas,
Marginalizado e desorientado, seu ideal é ilusão,
a favela é moradia, com sua inocência em supressão,
transtornado e dividido, a bebida agora vicia,
a pureza foi embora, seus amigos são más companhias,
A maldade, acabou de chegar, embrutecendo o coração,
a bondade foi massacrada, pela fome em desilusão,
realidade deixando marcas na simplicidade em opressão,
desigualdade é injustiça, sustentando a rendição.