Um Deus de barro
A voz do povo seria mesmo a voz de Deus?
Em caso de resposta afirmativa precisamos rever nossos conceitos sobre a voz de Deus.
Vejo uma multidão ensandecida por causa de Deus de barro que derreteu ante as gotas de orvalho de uma noite tenebrosa, e que enganou os tolos com uma estória milagrosa de acabar com a miséria, como num passe de mágica, destruindo a educação e implantando uma indústria de diplomas sem conhecimento. Com isso inundou o país de profissionais incompetentes, atolou o serviço público na pior crise de resultados, anulando os planos de carreira com nomeação indiscriminada de sindicalistas devotos apenas para garantir submissão. Sim, porque fidelidade é outra coisa. Poderia escrever várias laudas sobre essa treva em que o Brasil mergulhou, mas por uma questão de respeito ao colegiado, prefiro ater-me apenas ao tema central do artigo. A voz do povo é mesmo a voz de Deus? Nem vou me aprofundar nos fundamentos que trouxeram à luz a sabedoria democrática, aqui massacrada pelo poder econômico por meio de uma ação covarde de censura à liberdade de expressão e pensamento, pagando para não noticiar, demitindo para não dialogar, comprando consciência, queimando dinheiro com esmolas coletivas aos pobres, sem no entanto nada fazer para construir um futuro em que houvesse alguma coisa para dividir. Se o povo fala pela boca de um Deus assim, acho que só resta agora torcer para que o povo fique sem voz!