COISA DA IMAGINAÇÃO
Rio, 22/01/2016.
Era coisa da imaginação:
Numa casa velha e pálida,
Ao fundo arbustos quase secos
E um céu cinza de noite
Com poucas estrelas cálidas,
Mas cá embaixo o frio doía no coração.
Era um dia sem chuva
De um tempo que congelava a alma...
Havia uma casa situada em meio à amplidão
E dela voavam páginas velhas,
Que formavam redemoinho,
De livros surrados e desfolhados sem dó...
Não havia viva-alma naquele lugar,
Parecia-me esquecido do mundo
E tão triste que fazia chorar.
Era um quadro da imaginação
De um ser que enterrou o amor,
Obra de um desiludido pintor
Que perdera toda e qualquer emoção!
SEDNAN MOURA