TÉDIO
Ah! A beleza...
Como impressiona!
É a pança molhada pingando o suor.
É a careca brilhando, lustrosa que só!
É o sorriso sem dentes, a nuca enrugada.
É a popa de fora, o bebum na calçada.
Ah! A sabedoria...
Como emociona!
É saber a resposta, sem nunca ler nada!
É ouvir a piada e não dar a risada.
É cuspir para o alto, mirando na testa.
É bancar o palhaço no meio da festa.
Ah! O tédio...
Como é cruel!
É abrir o jornal e sentar na privada.
É beber outro gole da cerva gelada.
É comer um pedaço enorme de torta.
É fingir trabalhar, enquanto enrola.