DESAMOR
DESAMOR
Gastei minha roupa gasta perambulando por ti
Em caminhos acres e tortuosos por tantos verões
E invernos em meses a fio dias infinitos noites
Frias e solitárias noites em gelado mês de julho.
Quis somente um beijo teu no ardor desses dias
Que ardiam a minha carne entre a víbora e o céu
Anil dos dias quentes e azeviche nos vendavais
Dos meus dilúvios e holocaustos subterrâneos...
Desejei a tua boca no choro da chuva que cai
Nesse meu sertão ingrato de espinhos enraizados
E pretendi tocar o violão do teu corpo desnudo
Em dedilhados suaves nas cordas dos teus pêlos...
Meu coração transmigrou em outros mundos:
Minha boca ressecou sem o canto dos teus beijos.