DERRUBARAM A JAQUEIRA

Que desgraça, meu Deus
O que fizeram com a jaqueira
Botaram-lhe querosene
Na raiz por inteira
Morreu a pobre da árvore
De naturalidade brasileira.

Coitada da jaqueira
Que morava no quintal
Com veneno na semente
A planta se deu mal
Quem fez isto com ela
Vive um inferno astral.

A jaqueira dava sombra
Era festa ao redor
Crianças e jovens
Não pensavam no pior
Brincavam debaixo dela
E não tinha coisa melhor.

O que fizeram com ela
Não tem explicação
Talvez um delinquente
Alguém sem coração
A jaqueira tão triste
Chora de emoção.

O quintal tão triste
Sombra não tem mais
O fruto que ela tinha
Há muito tempo atrás
Hoje causa tristeza
Em pensar quem foi capaz?

De ter cometido isto
Com esta pobre jaqueira
Tem alguém que ainda pensa
Que falar é uma besteira
Em defender esta árvore
A nossa fruta primeira.

Deus perdoa o executor
Desta ação mais que cruel
Deixando a linda jaqueira
Ser cartão postal do céu
Das brincadeiras infantis
Do jogo do passa anel.

Jaqueira nós te falamos
Que outra vamos plantar
No lugar que fostes teu
Um fruto novo vai brotar
Deus proteja nossa jaqueira
Aqui e em qualquer lugar.

BENTO JÚNIOR
João Pessoa-PB, 01 de abril de 2018.