CRIANÇA POETA
Criança nasce poeta
De alma irrequieta,
Maravilhosa e dotada
De epiderme rosada.
Faz versos em gu, gu, gá, gá
Que dizem tanto de lá,
Do mundo que era seu lar
Antes de ela encarnar.
O riso é estupenda sinfonia,
Um canto, uma ode à alegria.
Tem a leveza das libélulas
Impregnada nas células.
Dorme plácida, sorrindo.
Há um anjo invisível vindo,
Da morada de Deus no espaço,
Para guiar seus primeiros passos.
Fadas madrinhas a ninarão.
Suas noites os elfos alumiarão
Com um facho de luz irial
Ao som de um sino de cristal.
Sentada sob o luar pálido,
Ou correndo sob o sol cálido,
Seus sonhos passam velozes
Numa frota de cascas de nozes
Levando imensos batalhões
De gigantes, gnomos e anões,
Pelo mar da tenra infância,
Nesta fase de suma importância.
Seu amor não se desvirtua,
Tanto faz gente, cão ou cacatua.
Olhar a Lua cheia é tão bom,
Lembra-lhe um grande bombom.
E neste mundo de delírio,
Pura como um lírio,
Nasce uma criança princesa
Com a lanterna da esperança acesa.
Maria Hilda de J. Alão