Soneto da Ária do Eterno
Enquanto acordo desperta em mim poesia,
no horizonte a luz solar irradia
desorvalhando em tom fulgurante
o meu jardim e a paz do hierofante.
É magistral o nascedouro do dia
e vai além da letra que é cosmogonia,
é o divino espasmódico da criação
vivificando seu eu como sua extensão.
Desabam anjos e o homem floresce
em um soneto d’onde a alma adolesce
e se explana a desaguar no infinito
eterno véu é desvelado no mito
então as vozes em harmonia e clamor
entoam o cântico, a ária do clangor.
Jonas R. Sanches
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