CORAÇÃO DE POETA
Bate no peito do poeta um coração de mãe,
Que vê em todas as coisas o riso e as dores da cria,
Cujos olhos enxergam a essência dos sentimentos,
Muito além do que simplesmente se apresentam.
Bate no peito do poeta um coração que enxerga,
Muito além do que os olhos vêem, muito além,
Muito além das simples cores, bem além do arco-íris,
E diz, grita e explode no apelo dos versos que regurgita.
Coração alado que vaga no passado mais distante,
Rebuscando memórias com as nuanças da poesia,
Que voa pelo infinito porvir, tecendo sonhos e quimeras,
Trazendo imagens, cheiro, cores e sensações ao presente.
Nenhum outro coração tem tamanha empatia,
Capaz de sentir as dores de quem conta desamores,
Sensível as emoções das almas, dos ventos, até dos mares,
Viaja nas emoções alheias como se dele fossem.
Guarda lembranças tantas, muita além das memórias,
Vive os sonhos como a mais nítida e transparente realidade,
Avista muito mais distante que os olhos das rapinas,
Deslumbra e degusta sentimentos como se matéria fosse.
Constrói angústias e aflições só para sentir a dor,
Forja saudade só para sentir o ardume da falta,
Vive paixões imaginárias só para seu deleite,
Dá-se inteiro para supor e experimentar o gosto do dispor.
Eta coração poeta,
Quando mente, primeiramente é para si,
Cria, vive e usufrui as emoções da fantasia,
Inventa e sofre as dores e as delícias das quimeras,
Chora por amor, mesmo que seja alheio.
EACOELHO