BUSCA PERFEITA.
Busco em ti o som estático das árvores
Nuns embalando silenciosamente em pensamentos,
Na leveza da valsa vou bailando
De um lado para o outro...
Mais centrado na firmeza das folhas
Que entrelaçam idéias sem sustentos,
Pois no outono elas envelhecem e caem...
Busco em ti uma sociedade anônima,
Respirando oxigênio poluído desta atmosfera,
Na sensação em descer sozinho do elevador,
Chegando numa edificação eminente de sonhos,
Que são do mundo e não meus...
Busco em ti a liberdade de um pássaro
O cântico de um julgamento vulgar,
E uma janela, apenas uma, na qual eu possa admirar...
Paredes sem rebocos e casas sem telhados,
Mas que possa ter o colibri das flores
Para alegrar as dores que são minhas e não do mundo.
Buscando em ti um horizonte perfeito,
Um vermelho escarlate do fogo
Uma escultura perfeitamente moldada...
Buscando tão somente a figura inexistente...
Perdi-me numa lógica intimamente contida,
Bailando com a leve brisa e
Embalsamando a saudade da Aurora...
Quando à noite em desalento só me resta a saudade
Do que busquei e nunca consegui encontrar...
Sendo a liberdade meu medo
E a prisão o meu lar.