AMEI COMO NINGUÉM AMOU
AMEI COMO NINGUÉM AMOU
Amei como ninguém amou na vida;
Jamais alguém amou assim intensamente
Com toda essa emoção soberba, desmedida,
Que chega do amor e vive em nossa mente.
Ninguém amou, como amei dessa maneira,
A natureza, em detalhes ínfimos e suaves;
Desde a onda marítima a quebrar na ribanceira,
Ao som das cachoeiras e o trinar das aves.
Amo os carvalhos emproados, convincentes,
Que se realçam imponentes na mata secular;
Amo a modéstia fecunda das sementes
Nas vísceras da terra, a desabrochar.
Amo as palmeiras impávidas, suntuosas,
As bromélias afáveis entre a ramagem;
Amo a fragrância inebriante das rosas
E o hálito balsâmico da fagueira aragem.
Amo os sibilos do vento, amo as monções
E o mutismo faustoso das montanhas;
Amo os bramidos vibrantes dos leões
E da borrasca as sensações estranhas.
Amo as constelações de fulgente brilho,
Do níveo pirilampo a estrela pequenina;
Amo as estações do ano, o multicor vidrilho
E o cenário cor de cinza da neblina.
Amo os crepúsculos raiados, multicores,
A alvura das tardes madorras e extenuadas,
As noites cintilantes ornadas de fulgores
E a brisa que envolve as madrugadas.
Ah! Amo você, minha terna e doce amada,
Que me fez enxergar um vivo resplendor
E um céu de galáxias, de pompa enlevada
Onde, brilhante, voeja o nosso eterno amor!
Amo os encantamentos do universo...
E ufanando o Senhor Deus da criação,
Declaro em cada palavra e em cada verso,
Uma súplica solene de amor e gratidão.
Francisco de Assis Silva