Efuturo: INFINDÁVEL PESADELO

INFINDÁVEL PESADELO

É dessa angústia, dessa solidão
que plantei pela vida, e desse antigo
desencanto pintado de ilusão,
que construí qualquer verso que digo.
Pelas noites afora, pago a cota
injusta do meu tempo – nada forma
sentido definido e ninguém nota
a dor em que este poema se transforma.
Distorcendo o que sinto - uma poesia
sem nexo – tranco-me hermeticamente
em idéias obscuras, cada dia
reinventado morrendo inutilmente.
É como um infindável pesadelo,
que surge quando mais tento esquecê-lo.

(Parte do livro "14 versos", que o autor disponibilizará em e-book no site www.williammendonca.com a partir de 1º de junho de 2011)