O nascer da poesia
É verdade...
Poesia brota da alegria
da tristeza,
da indignação,
de qualquer mísero pingo
da alma correnteza.
Estranho, mas brota do mais fundo
as incertezas,
os medos,
carência e solidão.
Poesia brota pela janela aberta
para a feiura do cinza outonal
ou à luz do sol de verão.
É verdade...
Poesia nasce do grito de agonia,
da ansiedade, do desejo, da euforia...
na noite descabelada
de uma crise-depressão.
Nunca foi somente flores, amores,
incríveis paixões
e nunca, apenas tormentas
das grandes desilusões.
Poesia é torrente de palavras
encaixe de versos ou não.
Poesia, simplesmente é.
Não importa como escritos
esses sentimentos crepitantes
ou nascidos nas baixas marés.
Poesia é experiência da alma
cantada ao rítmo do coração.
No entanto, o mais importante
é a semelhança ao nascer de estrelas,
rebrilhando o céu das noites
das nossas sensações.
Parece até que os astros surgem
da poesia nascida da mente,
como divino presente
àqueles que sentem.
Mas, não importa como nasce...
Inexplicavelmente nasce,
do dom as vezes instável,
que vai e que vem.
Suzette Rizzo_June 15, 2007