Mereço
Andam sumidos seus olhos
e as noites, assim sem eles, são dobradas...
Meus pés se queimam sobre culpas
viciadas...
E sinto, estou andando sobre as larvas
dos erros da minha conduta.
Sentimentalidades de poeta,
dirão alguns ...
Mas, o interior trava lutas,
o remorso crava a mente
aguardando uma chuva de estacas,
bem merecida.
E eu, vampirizo sim, seus sonhos,
como se pudesse sangrá-los junto aos meus,
para suportar melhor esse peso nos ombros.
E que tenham toneladas, todos eles...
arquem-me as costas
e as lágrimas queimem estes olhos inchados
da última lembrança sua... lacrimejada.
Sei o preço que cabe ao meu pensar distorcido,
filho da possessão maldita!
Seus olhos estão sumidos...
dilacera-me o peito,
mas, eu mereço!
Suzette Rizzo_November 28, 2001