Dias meus
Pela manhã, olho o tempo feio ou bonito
e penso comigo que viverei mais uma seqüência
de momentos repetidos.
Isso é ruim, como são os verbos
que terei de conjugar.
E choro, chorei, choraria,
chorarei... dias e dias iguais.
Milhares de pensamentos vestiram minha vida,
décadas de lembranças desfilarão
da memória para os olhos
e deles, lagrimas acidas
da saudade chorosa.
E eu farei poesia, lerei poesia,
verterei poesia da alma para a vida
e a vida enterrará a estressada poesia
no fundo do meu quintal,
ao som do vento e bater de asas.
Bem-te-vi me espreitará,
enquanto eu observar a mesma abelha,
pousando a flor de ontem.
Alguém ao longe chamará
alguém para almoçar
e a pipa, fará malabarismos...
no mesmo lugar.
De repente, as nuvens fecharão o azul,
de repente escurecerá...
Nossa! Penso comigo,
quase hora de encerrar o dia.
Fumo o quadragésimo Free,
livre para enfartar
ou morrer de falta de ar.
E sento-me em frente ao PC
porque é hora de escrever
a frase inacabada...
É hora da inspiração,
hora do anjo bom,
hora de poetar.
Então, o tempo passa,
entre o desfilar de poesias,
fundos de estrelinhas,
downloads de midis classe A
e um ou outro bocejar.
Mais um dia frio ou quente,
como sempre foi algum;
Mais madrugada,
alma desgarrada da matéria
enfastiada
e, quem sabe um sonho, mais um...
vestindo cores da primavera,
calçando flores amarelas,
anunciando nova estação.
Mais uma noite de sono entrecortado,
céu apagado, emendado no chão,
podado a enxada e bem no meio,
do sonho que não lembro,
mas, talvez tenha sido
um sonho bom!
Suzette Rizzo _ 26 de maio de 2004