Ouço alguém dizer maravilhas
desta cinzenta cidade.
Procuro então beleza,
na exaustiva repetição de arquiteturas,
beleza no cimento das calçadas,
no transito infernal
e procuro uma árvore,
procuro a beleza do mar.

Nada vejo, exceto mendigos pelas calçadas,
exceto a dor rondando as casas,
a brancura das pessoas,
olheiras de cansaço
e vazios...
E quisera sentir um abraço
mesmo que frio,
com tempo de existir

E assim, entre procura e correria,
não vejo um único sorriso.
Será que alguém do trigésimo andar
desse prédio suntuoso,
poderia me sorrir?

Por favor, Deus,
pelo menos tire o cinza do céu
para a cidade surgir.

Suzette Rizzo