REVOADA
Sonhos enclausurados visam luares primeiros.
Brotando dessas lembranças, lindos trigueiros.
Invadem sutilmente, esta alma doce campestre.
Morando em essência, como gotícula silvestre.
Asa veloz o declive, respirando arfante sofrível.
Tragando um ar, respirando o sonho invencível.
Soltando-se depois livremente, nos ares infinitos.
Galgando andares plumados, em planos benditos.
Riscando todo universo, como versos trancados.
Espremendo as palavras, escrevendo os recados.
Revoada, cantarolando, uma melodia, um sonho.
Escondendo na poesia, um poetizar tão tristonho.
Mesmo assim, vou recompondo uma esperança.
Escondida atrás da montanha, dentre confiança.
Permeando uma certeza, o caminho encontrado.
Como uma revoada, alcança o sonho realizado.
Izildinha