Singularidade
Arranquei você de mim!, a fórceps!
Do jeito que se arranca unhas;
da maneira que se corta a pele
para extirpar tatuagens...,
arranquei você de mim!
De resto, o que resta,
é uma grande cicatriz
de uma enorme ferida!
Um tiro de misericórdia!
Doloroso tanto
que me falta lenitivo.
Mas foi por demais carecido.
Precisado para dar fim a uma agonia
que parecia sem arremate.
Carecia de sentir dor maior,
para não mais estertorar.
De resto, o que resta,
é um alivioso vazio.
Vacuidade, onde antes era paradoxo!
De resto, o que resta,
é o frio de uma faca cortante!
Um sentimento glaciado!
Algo que se desvirou
em grande massa de gelo!
Uma geleira de piemonte
que lenta se desconjunta.
Igual como um rio de gelo
a desaguar em um mar gélido!
Alguém me ensina a chorar em Russo?!
..., ou em mandarim?! ...