Escrito na pele
O carmim da sua boca
insinua o que não mais me é,
alusão! ...
Sugere o que não me é,
sugestão! ...
Seus lábios
que os meu lábios sugam,
e o molhado dos meus lábios,
borram seu batom
e os meus lábios sorvem o vermelho
que da tua boca exala,
escrevem na minha pele,
na forma de cicatriz,
o que não mais me é:
menção, só, vaga ou direta!
Sugestão que não me sugere!
Tem parecença com o óbvio!
Teu corpo,
tem a cor do apego!
tem o cheiro do afeto,
tem os escritos,
que o carmim da sua boca
transcreve na minha pele!
Seus lábios escrevem na minha pele,
os escritos que me entorpece!
As falas mudas que dizem muito,
quando nada querem dizer! ...
As palavras...,
Os códigos, as sentenças, as juras,
as senhas, as sendas, as marcas,
as cicatrizes, os arranhões,
os dentes...,
O que tenho escrito na pele,
tem a primorosa nuança,
do afogueado do seu batom!