Efuturo: Empíreo

Empíreo

Ando com uma vontade doida,
de viver o exagero do simples.
Simplicidade em todas as perpectivas,
por todos os poros,
aos borbotões...
Singeleza, não tem preço!

Cansei...,
de muito lutar!
Desisti...,
de tanto querer!
Cresci e quero que meu quinhão
seja tanto quanto me é direito.
Que meu talhe seja a equivalência
da minha crescença.

Atrista com todas as máculas
quero me lambrecar com o doce
desse momento melaço.

Absurdamente menos metas,
menos sonhos, menos projetos,
menos objetivos loucos! ...
Menos absurdamente,
mesmo contrário ao bom senso.

Estranhice?

Não isso!
Vivo o empíreo!
Almejo estar próximo aos Deuses.

“Viver é rasgar-se e remendar-se”! (Guimarãoes Rosa).

Vou custurando devagarinho,
ponto por ponto,
com os nós todos,
os rasgos que fiz.
Rebordando com esmêro, as arestas
e dando polimento às cicatrizes das aflições.

Uma hora ou outras
as coisas se ajeitam.
Não tenho pressa! ...

Enquanto isso,
vou degustando Cliclete com Banana!

Sorvendo fel em cálice de cristal.