A frase do filósofo Friedrich Nietzsche diz:
quando você olha muito tempo para um abismo,
o abismo olha de volta para você.
Eu olho
e passa pela minha vida,
um casal de filhos pequenos;
um menino e uma menina.
Eu olho para o menino,
Eu olho para a menina.
O homem comum que sou,
encrustado neles,
poderia me olhar de volta,
tornando-me mais ordinário,
mas não consigo encontrar-me assim
nessa contemplação.
O menino tem olhos grandes e respira.
A menina tem cabelos ruivos,
também respira
e a língua pequena procura
ao redor da boca, o chocolate que comeu.

O menino fez aniversário
Eu poderia olhar a festa
e o meu filho sobrevivente
aos sete anos de idade,
poderia me sorrir
tornando-me, dessa vez, algo sem firmeza,
sem permanência,
embora por cima do bolo desse aniversário,
haja uma nata
que afasta para mim
o que não é significante.

Quando você olha muito tempo para um abismo,
o abismo olha de volta para você
quando olhamos o ódio, a inveja, a vingança,
cada um deles mais nos consome,
no entanto,
dentro do nosso abismo
podemos também consumir o pedaço,
do bolo,
do espaço,
do infinito.

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