Uau! Alguns deles
Depois de seis livros com a marca registrada do suspense, o primeiro “A Garota do Lago” continua um dos vendidos no ranking da revista Veja, Charlie Donlea escreveu “Antes de Partir”. Foi uma guinada de 360 graus. Como resultado desta guinada, só no Brasil seu nome aparece na capa. Em outros países, Donlea usou pseudônimo de Brian Charles.
Na “nota do autor”, Donlea explica de onde veio a inspiração para escrevê-lo. Sua mãe morreu de câncer um ano após ele se formar na faculdade. Ela tinha apenas cinquenta e dois anos. Era a primeira vez que Donlea vivenciava um luto. Duas semanas após a morte da mãe, Donlea conta que teve um “sonho vívido”. Nele, a sua mãe lhe disse: “Está tudo bem”. Aos que creem morrer e ir para o “céu”, “Antes de Partir” é uma leitura quase imperdível.
Um avião desaparece no Oceano Pacífico. No voo estava Ben. Com o marido morto, Abby começa a vivenciar seu luto. Dos destroços do avião que foram parar numa ilha deserta, um menino encontra a mochila que pertencia a Ben.
Na ilha onde se tentou construir um empreendimento imobiliário abandonada às pressas antes da chegada de um furacão, com exceção de três cabanas a destruição foi completa. Ali estão o menino, seu pai doente com dias bons outros ruins e agora o Ben. Dentro da mochila estava o diário com as cartas que Ben escrevia para seu filho Jacob que morreu com três meses de idade. Seus órgãos foram doados.
Ainda há a carta que vai intrigando os leitores. Ela foi escrita por Ben contando a verdade para Abby. Por três vezes uma mulher tenta entregar a carta e desiste. A coragem e o momento chegam. Quando a carta é entregue e a verdade se revela surge um uau! Seguido de outro uau quando a identidade da mulher vem à tona.
O luto da Abby não resiste ao charme do doutor Joel. Um médico trazendo trauma de infância. Temendo a reação do pai não procurou ajuda, deixando seu irmão ser arrastado pelas águas de um rio agarrado num tronco de árvore. O pai agora está internado numa clínica de cuidados paliativos. Até morrer, percebe-se ter dias bons e ruins nas constantes visitas do dr. Joel. Sempre para pedir perdão pela morte do irmão.
À medida que o relacionamento se transforma em amor, Joel tem sonhos frequentes com um homem. Um dia, enquanto esperava Abby se arrumar para saírem, ele reconheceu o homem que aparecia nos seus sonhos num porta-retratos Ao findar o luto, esse a Abby se esqueceu de guardar. Uau!
Decidindo retomar seu empreendimento, o empresário programou um retorno para a ilha acompanhado por seis investidores. Encontrou os destroços do avião desaparecido e comunicou as autoridades. Boiando nos destroços estava uma mochila. Pelo conteúdo no seu interior, o empresário não pensou duas vezes em trazê-la. Um diário. As três cabanas ainda estavam de pé e vazias. Sem spoiler quanto ao destino da mochila.
O barco que Ben construiu estava pronto. Ele partiria com a promessa de voltar para buscar o menino. Antes do adeus o menino disse que precisava contar um segredo e mostrar um lugar. Mergulharam no mar.
De repente, estavam num rio. O menino era arrastado pelas águas agarrado num tronco. Ben entendeu. Chegara a hora de escrever uma última carta. Desta vez, a carta não foi para o filho. Ben escreveu sobre o que estava fazendo com o seu filho Jacob agora. Eles estavam pescando. Uau!