Frente ao espelho...
De frente ao ilusionismo do espelho
você confessa suas intimidades?
Mostra-se desnudada, de certo,
mas apenas o debuxo do seu corpo
e no muito a genitália..., é o que mais vê!
E os íntimos segredos seus?,
condenáveis, diga-se de passagem?
Está a esquecer ou a querer burlar?
O que está a esconder, acredito,
é mais que o muito que se mostra
na face prestidigitadora do espelho
conluiado com seus muitos feitos,
mal feito e reprováveis e vituperáveis.
Isso visto pelos padrões de moralidade
falsos tanto quanto os seus próprios.
Mostre mais que só a genitália,
nessa sua confidencialidade com o espelho;
mostre as partes íntimas, mas não externas,
que apenas são os tracejos de você croqui.
Escancare a essência do que você é
ou que pretender ser, escondida das aparências.
Ponha-se frente ao espelho da exatidão
que a verdade, nua e crua, há de aparecer.
É fácil ser pedra! Difícil é ser vidraça!