Labuta de vaqueiros
Vento buliçoso..., o céu transbordando azul..., e o sol desbocando raios de fogo sem dó nem piedade.
Fogo que estrompa o cocuruto desses que penam nesse lhano chão, com luz intensa e calorenta por demais!
Luz exorbitada que é presenteio do sol a esse viver Sertão!
Um esquentado dos infernos!
Um sol para cada cabeça, tal o vigor dessa fogueirona lá no céu!
Não é esse o mal pior, entretanto. Sobejam as birras dos infames dos malfeitores atazanando esses confins.
Não fosse esse catingal, essas criaturas não teriam como viver nesse mundão de Deus, perdido nesses borocotós! As Caatingas são o salvatério dessa gente sertanejada!
É um sofrer desmedido de grande!
Mas o alento vem com a noite.
A noite é o esteio desses viventes sofridos!
O morrer do sol é laureado com etiqueta de bizarria ao apreceio de todos. E o sol, doloso de muito, se recolhe por trás das serras como que intentando clemência. Só pode!
Em razão disso, talvez o sertanejo faça o apreceio do pôr do sol com mais pujança que com o alvorecer; o sol, ao nascer, tem sempre a promessa de abundoso na quentura: isso já dá desânimo de muito.
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