Entre chacais
ha quem me negue as palavras
ha quem se negue me ouvir
ha quem me cerque as estradas
mas não quem me prive o sentir .
Não luto, não me debato
não crio caso por fatos
não deixo ninguém me ferir.
Não sou nenhum objeto
não sou moeda de troca
sei que onde não ha afeto
a vida não se renova.
O tempo apenas passa,
não traz mais em si sua graça
a mente já não decola.
então este ser definha
e cai no esquecimento
inerte, já não mais caminha
se o faz, é muito lento.
O amor então adoece
não pede, não da, nem se oferece
é um turbilhão de tormentos.
não aponto quem se encaixa
neste perfil maldito
se estais entregue as traças
se estais no meio do lixo
reveja os seus conceitos
procure os seus direitos
ou seras do amor um mendigo.
Viverás só de migalhas
como um cão sarnento
teu fim vem de tuas falhas
juntaras a ti sofrimentos
não terás quem te acompanhe
e por mais que da vida apanhes
estarás a merce do tempo.
ou decide o momento certo
quais tuas metas e ideais
ou terás sempre por teto
uma tumba entre chacais
onde o amor nada supera
onde a morte ali impera
ali estão teus dias finais.
Ladislau Floriano.