Efuturo: Apanágio do Silêncio

Apanágio do Silêncio

Pra onde vai nosso silêncio,
quando não dizemos o que deve ser dito?
Quando nos calamos e,
por mais que o tentemos acaçapar,
o silêncio se faz presente e paira no ar? ...

Depois do acanhamento
ou por falta dele..., o silêncio não ecoa.
É que nem faxina mal feita?,
que é tangido para debaixo do tapete?,
quando não mais nos serve?

Não deixa vazio qualquer,
Esse silêncio do não dito,
mas é sentido quando é denso,
e mesmo esquecido, quando apropriado.

E o silêncio dança, em uma sala vazia,
capenga, maneta, aleijado de ética
e de muito sofreado em tons sem nuances,
em brilho sem luz,
em cores sem tintas,
em passos entrecortados...,
o silêncio é que nem faca
que corta ao tempo que sangra!

O silêncio se esvai em gritos mudos!
Quem os ouve?
Quem os replica?
Quem os tange para debaixo do tapete?

O silêncio tem prerrogativa de ser silêncio?