Silente e Silencioso
O silêncio cúmplice,
é um silêncio confidente;
um silêncio comparsa,
ainda que silêncio gélido,
forjado à frio!
Silêncio que é uma súplica,
que é um rebate silente,
que é de refulgente fulgor.
Um silêncio retumbante,
que estraçalha os gritos
e dos gritos se faz senhor!
Quebranta os sentidos;
arromba os ouvidos;
desfaz toda e qualquer retórica!
É o silêncio da oratória perdida,
em massacrante mutismo!,
farfalhando e murmurinhando
e uivando suspiros de mudez!
O silêncio..., só o silêncio!
Estridente silêncio!
Silêncio que amputa ditos
que não querer ser ditos!,
que se calam quando efêmeros;
que se esvaem em muitos ínclitos tons;
que mais parece falas de libras
em gestos confusos e desconcertantes!
– Gestos que nem gestos são!