FUNERAL DO AMOR
A filha da vizinha namorava
E pelo mototáxi recebia
Buquês de flores tanto ela adorava.
Era uma festa a rua e eu sorria.
Cada sábado o moço a visitava,
Mil venturas sua face expandia.
E por três anos bons o amor singrava
Num mar de esperança, assim eu via.
Mas algo estranho, enfim, aconteceu:
A casa sem o moço está tão triste,
O antigo mimo, ali, desvanesceu.
Não mais o mototáxi, nem as flores... Dentro de mim um luto coexiste
Co! o funeral de todos os amores.
Maximiliano Skol
Tangará da Serra, 05/12/22