Arroubos de luxúria
Veio feito fogo num braseiro!
Exalava paixão; tarde de verão...
Penetrou meu corpo, sutil e fugaz,
feito ferro agudo embrasado!
Da pele escorria suor,
num transpirar pecado,
em fluidos de suor e gozo.
Me derramo em você por inteiro
como querendo limpar meus dolos!
Um fogo que são relâmpagos
que queima nos corpos,
mas sem queimar os corpos,
mas sem doer profundo...
Apenas deleites!
Gozos infindos!
Relaxou meus vigores;
me tomou por inteira;
me deixou desvairada;
me arrebatou para a libertinagem...
Um súbito dilema me assalta:
Uma parte de mim que é natural,
quer se manter em amenidades sem fim:
voluptuosa, carnal, devassa, desregrada...
A parte de mim que é sensata,
perde-se nesse emaranhado de deleites!,
porém deixa-se levar pelo sofreado!