ALMA SEPULTA
Meu passado me traz tantas lembranças,
Difícil de aceitá-las, todas elas,
Pois muito de desgosto e esperanças
Confundem-se em drama de novelas.
Paixões, dores, remorsos stão nas tranças
Da memória, espantada; e quando nelas
Eu me revejo a vida não tem
mansas
Passagens: eu vivi muitas procelas.
Fui errado, fui néscio, o que eu fui?
Talvez eu fosse até muito avançado
No meu jeito de agir, mas se conclui
Que a vida que eu vivi foi muito estulta.
E ao tempo de lembrar o meu passado
Eu me sinto infeliz, de alma sepulta.
Tangará, 12/10/2019