O que é que há?
Não há nada em nossas vidas
sem que tenha razão para estar;
exceto a sujidade e a opacidade.
Mas isso não vem ao caso, agora.
Por mais que queiramos ou não,
somos sempre a parte ínfima;
a parte mínima e descartável;
a parte que não tem sobras:
inúteis; irrelevantes; parcos! ...,
feito cogumelos de fumaça.
Entropia, no melhor do caso,
ou falsa dicotomia, de certo.
Por fim, o melhor que se consegue
é embaralhar as cartas!
Então! ...,
assim, tal qual como o rio
que nunca flui contrário à correnteza,
deixe a vida seguir seu curso!
Não importa o que façamos,
querendo ser contrário ou acaso
ou fluir pelo sentido do avesso.
As coisas são do jeito que são,
sem tirar nem pôr e sem desdizer.
Casualidade, desordem, incerteza,
decadência, queda, ruína, degradação...
O mundo gira por causa de sonhadores!
O preocupante é o que paira no ar,
acima das nossas cabeças, feito capuz!
Mas a vida é assim!, cheia de poréns.
Se não a queriam injusta e parcial,
podiam tê-la construído melhor.