Efuturo: Apague a Porra Toda!

Apague a Porra Toda!

Anonimizar o ato,
o fato, o gesto...,
tripudiar com o real,
brincar na gangorra
de deslembrança...,
verter arcanos e secretar
a errática veridicidade...,
é uma arte, ou um artifício?!

Fechamos os olhos para rezar,
chorar, beijar..., pra sonhar,
pra infringir as leis...,
fechamos os olhos ao morrer.


Você pode ficar anônimo.
Na verdade, é muito difícil.
É simples!
Eles tentam olhar, eu tento não ser visto.
Há quanto tempo, eu não existo?!

Foi tudo muito de repente.
Comecei a apagar...,
não parei até eu sumir.

Não gosto mesmo de olhar para trás.
Não é que você goste de olhar para trás,
é que você não pode.
Não sem revelar quem você, verdadeiramente, é.

Ela não me deixa em paz.
Continua roubando meu olho.
Eu não sei mais o que estou vendo.
Não posso acreditar nos meus olhos!,
e não é uma expressão.
Tenho medo de dormir.
Não dá pra me esconder...,
Ela sabe onde estou.
Sabe tudo!

Meus mais íntimos e inconfessos
Segredos.
As boas lembranças sumiram...,
e o que aconteceu?!


É claro que estou vendo coisas,
porra, essa é a questão.

Nós assistimos, eles não!
Sabemos onde eles estão,
somos invisíveis.
Como paro isso...,
Estou ficando louco!

As aparências enganam.
É uma armação, manipulada, inventada, é falsa!
Não há prova que seja uma fraude,
mas não há provas de que seja real.

Não estou seguro, em lugar algum...,
Muito menos você!

Esse é o problema!,
nada prova nada.

Qualquer um pode ver, se souber procurar.

Quebra a minha vida em frações de segundos
e armazena aleatoriamente aos registros de outros,
Se tenta descobrir essa fração de segundo minha,
passa sem você saber.
Precisa de algoritmo para juntar toda a minha vida;
todas as minhas frações, se quiser relembrar.

É que não tem nada meu que quero que veja.