Efuturo: A CORRIDA DA LEBRE (cordel infantil)

A CORRIDA DA LEBRE (cordel infantil)

No tempo em que bicho falava
Correu pela mata uma história,
Que ninguém acreditava,
De determinação e de glória.
Era o lobo que os fatos contava
Para animais adultos e filhotes.

O silêncio, entre os ouvintes, reinava
Quando um leão de grande porte,
Interrompeu a narrativa
Exigindo do velho lobo
Que agilizasse a narração,
Pois ele não era bobo

E sabia da fama de mentiroso
Do lobo contador de casos.
- Amigo leão, não fique em alvoroço
Findarei a história dentro do prazo.
E retomou o lobo a falação
Cuidando em ser muito claro

No desenrolar da ação
Da lebre e seu preparo.
Contava a lebre para a tartaruga
Que ela treinava todo dia,
Simulando desesperada fuga,
Mesmo quando chovia

Subindo e descendo montanha,
Da olimpíada ela queria participar
Ser vencedora da campanha,
E a coroa de louro ganhar.
E continuou o lobo a dissertar
Sobre as façanhas da lebre atleta

Que corria, corria sem se cansar,
Vencer no Olimpo era a sua meta.
Chegou a época das disputas no Olimpo
E lá estava a lebre bem treinada.
Ela sabia que ali se jogava limpo,
E que a qualquer deslize seria eliminada.

Continuou o velho lobo a contar:
Chegou o dia da maior corrida
A lebre pensou: vou abafar
Esta é a corrida da minha vida.
E foi dada a largada

Para a sonhada corrida.
A lebre bem preparada,
Hidratada e nutrida
Saiu em carreira desabalada,
Segundo ela, venceu o guepardo,
Fato que deixou incomodada
A onça amiga do leopardo.

E foi realizado da lebre o sonho.
A coroa de louro sua cabeça enfeitou
Deixando o guepardo tristonho,
Vendo perdido o que mais desejou.
Lobo, você é desprovido de memória,
Disse o leão coçando a juba com a unha,

A verdade verdadeira é contraditória,
Do fato eu fui testemunha.
Essa lebre atleta da sua história
Foi vencida pela tartaruga Vicência
Provando que pra se chegar à vitória
É preciso honestidade e persistência

E não usar de trapaça
Para vencer o adversário.
Calma e muita raça
Igual da tartaruga Vicência
Que enquanto dormia a lebre
Ela continuou a sua marcha

Chegando ao final vitoriosa
E a lebre que queria ser célebre
Saiu muito envergonhada
Ficando muito abalada,
Aprendeu a grande lição
Que é preciso abnegação

Caráter e muita honestidade
Em tudo que se faz na vida
Mesmo sendo celebridade
Para ser muito querida.

21/05/11
(histórias que contava para o meu neto)
(Maria Hilda de J. Alão)