EPIFÂNIO VIVER
Cantas teus estribilhos complexados
E bebes na fonte dos beijos loucos,
Lacrimejas de tédios teus apelos
Como palavras desses homens roucos.
O gestual dito dos moribundos
É o mesmo plantado nesse crânio,
Não satisfeito és desnorteado
Pelas crateras que jaz epifânio.
Nas profundezas das mágoas latentes
Colhes visibilidades divinas
Que virão maltratar fracas retinas.
Solto nessa vida sem ter parentes
Tentas novamente poder colher
Incapaz de júbilo vais viver.