Sobre o amor II (T1325)
Ainda abordando como tema o amor, e que eu posso dizer ainda que é o mais sublime dos sentimentos, aqui trago em uma outra perspectiva, um amor desapegado e até corajoso, se assim posso chamar.
Não há nada mais exemplar que o amor de uma mãe, e eu digo que na história houve uma mãe que mostrou de verdade o que vem a ser este amor tão elevado, pois como mãe ficou sabendo que teria um caminho de sacrifício e sofrimento, sabia que seu filho seria uma luz a este mundo, mas que toda luz vem de luta e dor, e ela sabia o que vinha pela frente e mesmo assim aceitou seu caminho, pois ela seria a porta de entrada do Messias a este mundo.
O que falar de uma época onde uma mulher assume uma gravidez antes mesmo de ter casado com o homem a quem foi prometida, ela sabia que sofreria julgamentos e difamações, mas mesmo assim aceitou sua sina, e isso não é difícil de adivinhar pela primeira atitude de José, mas ela foi forte o suficiente para que suas palavras fossem feita de verdade e José enfim acreditasse e a desposasse.
Mas a maior dor estava por vir, muito pouco se fala da infância de Jesus, mas ela sabia perfeitamente o que esperava num futuro que estava por vir, qual era a missão desta Luz do Mundo, por muitos seria amado mas também por muitos seria odiado, ele reuniria multidões para escutar suas palavras, seria temido pelas altas autoridades,e isso começaria escrever seu caminho de sangue e muito sacrifício, e Maria mesmo que derramasse lágrimas sabia que nada podia fazer, era a estrada do Filho de Deus que se fazia à sua frente, ela teria que ser forte para não sucumbir aos pés do filho.
Imagina a dor desta mãe ao ver um filho ser crucificado como um criminoso, pois a crucificação só era imposta aos piores criminosos da época, como ela aguentou tanta dor, pois Cristo não foi poupado em nenhum momento, e a dor física dele era a dor espiritual de Maria, suas lágrimas pediam o término daquele suplício, mas como sabedora de seu destino se manteve forte, acompanhou toda a trajetória de seu filho, mas sabia que acima de tudo estava a vontade de Deus.
E neste ponto novamente temos outro amor elevado, o amor de Cristo pela humanidade, morreu em uma cruz e mesmo assim pediu o perdão por nós: "Pai, perdoe-os, eles não sabem o que fazem".
Tem um ponto que Cristo parece fraquejar, quando pergunta porque Deus o havia abandonado, neste momento vemos um Cristo tão humano como nós, com o mesmo medo, mas Deus mostra seu amor pelo Filho e deixa claro que não o havia abandonado, que seu caminho só estava começando.
Aí está um amor espiritual consagrado na figura de Jesus Cristo, capaz de se sacrificar pela humanidade, e o amor de Maria, que sabia da missão de seu filho e mesmo assim deu ele à salvação do mundo.
Alexandre Brussolo (15/09/2011)